domingo, 5 de abril de 2020

Alimentação Orgânica

Em meio a pandemia de COVID-19, em quarentena, tenho pensado em um monte de coisas. Uma delas é: alimento. Na verdade são várias coisas condensadas em uma. Eu estou imaginando como seria se o Brasil plantasse e colhesse apenas alimentos orgânicos e ainda mais, inspirado nas ações e experiências do MST. Tenho lido, assistido muita coisa sobre agrotóxicos além de ter postado um vídeo falando sobre isso no meu canal e só faz crescer minha preocupação, e o meu desânimo com o país, com a série de problemas que isso pode causar para nós, como desmatamento, extinção das abelhas, câncer só pra citar alguns e sobretudo pensando na qualidade de vida da minha filha, Olívia. 

Esses tipos de coisa dentro da realidade da pandemia me faz refletir se iremos superar a lógica do máximo consumo de alta velocidade, de alta descartabilidade, de obsolescência programada das coisas, de degradação ambiental, poluição e do capitalismo curto, grosso, que visa e persegue apenas o lucro. Será que depois dessa crise mundial causada vírus repensaremos e agiremos dando o real valor a ciência e a educação? Repensando os meios de produção? Sendo mais humanos com os humanos e com o nosso próprio hábitat? Utilizando a alta tecnologia aliada ao conhecimento tradicional para conseguimos permanecer vivendo nesse planeta em quanto espécie de fato integragada ao ambiente? É eu também queria saber isso tudo...

Arte e ciência

Antes da ciência entra na minha vida, mas precisamente em 2006, a arte já estava bastante presente, seja na genética dos meus pais, da minha mãe artista plástica, design e escritora ou do meu pai músico, compositor e violonista e também claro escutando música.
Sempre escutei música na vida, desde a amamentação, que minha mãe colocava Egberto Gismonti nas alturas, na adolescência passei a escutar muita coisa, bossa nova, jazz, MPB, Rock 'n roll entre outras coisas, coisas essas que ninguém do meu ciclo de amizades/idade escutava. Gostava muito de frequentar os vários festivais de rock recifences onde pude ver shows de Devotos, Querosene Jacaré, Skeik Tosado, Chico Science e Nação Zumbi, Lenine e Lula Queiroga. Esses últimos três que ganharam o mundo nos anos posteriores e agora recentemente pude analisar que em suas obras existe uma boa pitada de ciência nas suas letras e nas suas intenções. As referências são várias. Lenine mas recentemente gravou o álbum Carbono, elemento químico primordial da vida, outro exemplo é a faixa cupim ferro, que tem um verso que diz: "sempre topei com madeira de lei a ciência já me fez cupim de ferro". Com Lula talvez seja maior ainda essa ligação, seja no último álbum Aumenta o Sonho de 2017 com o verso "todas as ciências penduradas no varal" fora várias várias outras. Com isso fui percebendo o quão a arte e a ciência estavam naturalmente presente na minha vida, lembro-me das primeiras aulas de física/biofísica do Prof. Gilson Barros que utilizava um texto sobre criação artística e produção científica. A essência do escrito diferenciava a ciência e a arte no seu ineditismo. Se Darwin (e Watson) não tivesse desenvolvido a ideia de evolução por seleção natural, mais cedo os mais tarde, outro cientista teria chegado a mesma conclusão com outra nomenclatura, possivelmente. Mas já com a arte, é bem diferente, pois se não fosse Michelângelo nunca existiria o teto da capela Sistina como conhecemos hoje, nenhum outra pessoa criaria a mesma obra. 

Essas características distintas da arte e da ciência são que manté-nas juntas a mim na minha formação (contínua) em quanto ser humano. Talvez seja isso que não me faz separar a ciência do biólogo/professor do músico/artista que gravou o 1 álbum (mini) aos 30. Comecei a escrever esse post em 2018 e termino agora só pra dizer que ciência e arte são inerentes a mim e a todo o ser humano, de alguma forma.