domingo, 12 de junho de 2011

FCTUC tem a maior colecção do mundo de algas de água doce

Escrito por Vanessa Ribeiro
29-Oct-2008

As quatro mil estirpes diferentes de microalgas de água doce, mais de 300 géneros e 1000 espécies isoladas de uma vasta gama de habitats, existentes na Algoteca da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) formam a maior colecção de algas do mundo.

Com um sem número de aplicações e potencialidades, as microalgas são “a matéria-prima do futuro” garante a coordenadora da Algoteca, Lília Santos, que, sustenta, “as microalgas têm um enorme potencial para aplicação na medicina e na farmácia pois são-lhes conhecidos efeitos antioxidantes, imunológicos e anti-cancerígenos. Por ex., Spirulina (muito utilizada no combate à obesidade) é a microalga mais cultivada a nível mundial. Mas há muitas outras aplicações a explorar. Estas minúsculas algas têm a capacidade de despoluir e de regenerar solos degradados (p. ex. áreas queimadas). Há um mundo a desbravar! Se nós tivéssemos capacidade económica para explorar todas as capacidades das microalgas, daríamos passos de gigante em muitas áreas da ciência”.

Colhidas em albufeiras, rios, charcos, monumentos, estátuas, vitrais e paredes, muitas das 4 mil estirpes de microalgas existentes no Departamento de Botânica da FCTUC são únicas (algumas do tamanho de bactérias) e têm gerado a curiosidade de investigadores e de empresas de todo o mundo que as querem estudar e adquirir, especialmente dos EUA, Canadá, Coreia e Polónia. A Algoteca de Coimbra disponibiliza à comunidade científica e empresarial informação sobre uma matéria-prima única para o futuro.

“As Colecções de culturas de microrganismos são actualmente altamente valorizadas quer como conservação de recursos genéticos e biodiversidade, quer como matéria-prima para a emergência de novos projectos biotecnológicos e industriais. Estas colecções são vistas como cruciais para o desenvolvimento científico”, considera Lília Santos.

No entanto, conseguir a proeza de ter a “Maior Algoteca do Mundo” não é tarefa fácil. “É o reconhecimento do trabalho, dedicação e persistência, nomeadamente da investigadora Fátima Santos, que há mais de 30 anos se dedica à colheita, isolamento, identificação e manutenção de culturas de microalgas”, explica a bióloga.

Actualizado em ( 15-Mar-2010 )
Fonte: cienciapt.net

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