sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Mosca Tse-tse (doença do sono)


Nome popular : Mosca Tse-tse
Nome científico:Glossina palpalis

Um sulco na frente da cabeça. Linhas brancas no abdome. Asas transparentes.Existem três variedades de tsé-tsé, todas cores de âmbar e com a boca em forma de um tubo delgado e medindo cerca de 2 centímetros de comprimento.

São sugadoras de sangue; transportam tripanossomos, que são parasitas unicelulares do sangue dos animais. Esses protozoários podem infectar vários animais ao serem picados pela tsé-tsé. Cavalos, zebras e jumentos são atacados por uma das espécies. Outra espécie causa no homem a doença do sono.

Seu habitat original é na Bacia do Congo onde foram desenvolvidos vários tratamentos contra a doença do sono.

Como muitos insetos, essa mosca não põe ovos, mas sim as larvas, diferentemente no solo, onde se enterram. Poucas horas depois elas se tornam pupas (forma intermediária entre a larva e o inseto adulto) com duros casulos castanhos. Após seis semanas estão adultas, prontas para carregar os tripanossomos.

Em meados da década de 60, a doença do sono possuía número relativamente controlado de pessoas contaminadas. Com as crises econômicas e conflitos políticos, os recursos da saúde foram afetados fazendo com que a detecção da doença e o número de medicamentos em prol de tratamentos fossem reduzidos. Com isso, houve o ressurgimento da doença que estava sob controle. Foram registradas três epidemias graves na história, no final do século XIX, em 1920 e de 1970 até hoje.

A doença do sono é também chamada de tripanossomíase africana humana. É causada por um protozoário Trypanosoma brucei que possui duas subespécies, Trypanosoma brucei rhodesiense e Trypanosoma brucei gambiense. A primeira causa uma forma mais aguda da doença. E os vetores são as moscas Glossina morsitans e Glossina palpalis respectivamente, que por meio de picadas transmite o parasita. Essas moscas são conhecidas como tsé-tsé.

Essa doença é parasitária e está isolada no continente africano, por isso, em outros locais é pouco conhecida. Além disso, as pessoas mais afetadas são aquelas que vivem em zonas rurais onde a reprodução dos insetos e o convívio destes com o homem é mais frequente. Afeta principalmente os mais pobres, causa prejuízos econômicos, atraso no desenvolvimento intelectual e miséria social.

Sintomas como febre, lesões cutâneas, nas vísceras, dor nas articulações, meningoencefalite, confusão mental, perturbações neurológicas, como perda da coordenação e sonolência, são comuns a depender do estágio em que a pessoa se encontra. Também são verificados fadiga, dor de cabeça e inchaço dos nódulos linfáticos. Inicialmente a doença não causa sintomas. Se não tratada, leva o enfermo a óbito.

O tratamento das pessoas doentes é caro e difícil, mas deve ser efetuado após análise médica. O tratamento do gado, que muitas vezes serve como reservatório, o acompanhamento das pessoas em zonas de risco, o combate à mosca tsé-tsé e a união dos diferentes profissionais para uma ação mais efetiva no controle da doença são medidas profiláticas que auxiliam na futura erradicação da doença.


Por Giorgia Lay-Ang (Bióloga)
Equipe Brasil Escola

Fontes: Brasil Escola e Fiocruz

Nenhum comentário:

Postar um comentário