sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Astrobiologia


Astrobiologia é uma área de pesquisa que se preocupa em estudar origem, evolução distribuição e futuro da vida, seja na Terra ou, eventualmente, fora dela. A Astrobiologia como se conhece hoje evoluiu da Exobiologia, campo de pesquisa surgido na NASA no contexto da corrida espacial, durante a Guerra Fria, e que propunha a buscar vida fora da Terra. Uma das grandes preocupações da época era a possível existência de microrganismos patogênicos nestes ambientes que, uma vez trazidos para a Terra, poderiam causar uma grande pandemia.


Por não ter encontrado nenhuma evidência conclusiva de vida fora da Terra após diversas missões espaciais, como as sondas Vikking 1 e 2, lançadas pela NASA para Marte na década de 70, a comunidade científica passou a se perguntar se não haviam encontrado vida por de fato ela não existir fora de nosso planeta ou se por não sabermos como, onde e o que procurar. Em adição, o objeto de estudo da Exobiologia, a vida extraterrestre, era objeto de crítica de grande parte da comunidade científica. Como os fatos indicavam para a não existência de vida em outro lugar, a Exobiologia seria uma ciência sem um objeto de estudo, o que tornou essa área de pesquisa difícil de justificar e financiar.

Por todas essas questões, a NASA decidiu, em 1998, substituir o programa de Exobiologia, pelo de Astrobiologia. A Astrobiologia, por sua vez, tem como um de seus objetivos entender melhor a vida na Terra e sua conexão com os fenômenos cósmicos, como modelo para o entendimento da sobre uma possível vida extraterrestre. Além disso, a Astrobiologia visa entender os processos que levaram à origem da vida na Terra e que podem levar à origem em outros planetas, bem como a resposta dos organismos vivos à evolução do sistema planetário.

As perguntas tratadas pela Astrobiologia não são novas e já vêm sendo estudadas há muito tempo. A inovação da Astrobiologia foi relacionar essas perguntas e colocá-las sobre uma perspectiva multidisciplinar e integrativa. Desta forma, astronomos, biólogos, físicos, químicos, cientistas planetários, geólogos entre outros podem interagir para trabalhar nestas perguntas, que dificilmente seriam respondidas pelas disciplinas isoladamento.

No Brasil, trabalhos relacionados com Astrobiologia vêm sendo realizados individualmente há décadas, porém apenas nos últimos anos esse trabalho começou a ser organizado de maneira coesa em torno do tema. Em 2006 ocorreu o I Brazilian Workshop on Astrobiology, que reuniu a comunidade científica interessada no tema. Em 2011, a Sao Paulo Advanced School of Astrobiology, financiada pela Fapesp e pela USP, e a criação do Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia da USP permitiu um grande avanço na organização da comunidade científica brasileira. Paralelamente, diversas iniciativas individuais ou regionais continuam sendo realizadas, de forma que é inegável que a área está difundida e em rápida expansão por grande parte do país.

Nesses anos, recebemos muitas perguntas de alunos e interessados em geral, sobre Astrobiologia, como estudá-la e qual o espaço para atuação no país. Listaremos algumas perguntas e as respectivas respostas abaixo, na esperança de ajudar e motivar a futura geração de cientistas a atuar no tema. O banco de dados criado e disponibilizado pela RBA pode ser usado como uma maneira de pesquisar por professores, pesquisadores e alunos atuando no tema, mas a RBA e sua coordenação não se responsabilizam pela qualidade e veracidade da informação disponível nesse banco de dados, pois ela é de total responsabilidade do pesquisador que a forneceu em seu cadastro.

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